Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dedos em balões





Diga-me para onde partiu
a história daquele livro
Pederastas inocentes só existem em seu mundo
Tolo
Incompreensível
"Quem, afinal, é você?"
O que você carrega nessas mãos?
Punhados de confissões
não o livrará da angústia
Vire de ponta-cabeça seu relógio
talvéz, assim, o tempo volte
Desligue logo esse telefone
Volte para casa
Feche essa tranca quebrada
Ouça o som da indiscrição
"Alguém aí dentro pode se revelar?"
Deve haver um céu estrelado nesse corpo em farelos
Margarida, venha me encontrar
"O alerta já foi dado"
Corra com mais pressa
A dor pode alcançá-lo
Apague os retratos
Seus olhos refletem dor
Posso tocar os restos da destruição?
"Minha dor é apenas mais uma"
Chegou a hora de partir
Você poderia, ao menos, se explicar
A lua foi feita para os solitários
"Afundei o pé em meu coração"
Poderíamos, simplesmente, ser adolescentes
"Minhas lágrimas serão de aflição"
Queira seguir pela direita
"Para caminhos tortos só servem a esquerda"
E acabará a espera?
Amor não é só palavras
Minto para sobreviver
"Muito prazer, então"
Foi por pouco que me desencontrei
Dedos em balões
Meu mundo
Nosso espaço
"Auto-prisão"

Nenhum comentário: