Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

sábado, 30 de maio de 2009

O Jogo


Antes de tudo, produtos de escolhas
Conflito desarmado
Mas quantas outras armas você carrega?
Cartas personificadas
Tabuleiro de denúncias
O dado é viciado
Juro, cansei dessa história
- “Cassino não é lugar para crianças”
“São tão “frescurentas””
“Ninguém tem paciência”
Tem?
E se elas quisessem só um pouco de atenção?
Afinal, são indefesas
Há tanto barulho
Assusta
Independe
Você vai jogando
Jogando
Estamos falindo
Esse é o seu investimento?
Ainda é tempo de retorno
Você trapaceou pelas costas
Nada sadio
Desleal
Porque não falar tudo
para os que estão na mesa?
Vi um “joker” em sua meia
Qual carta você substituirá?
De fato você ganhou
Mas à custa de alguma dor

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Estórias de Desencanto


Deixe-me arregaçar as mangas
Para dizer quem sou
Inventar alguns pontos
de uma trama só minha
tão sua
Relembrar as novidades de algumas noites
Mentir sobre compaixões e paixões
que nunca senti e sinto
Narrar pessoas de papel
que se colocaram em estradas de ferro
Dizer um pouquinho do que fui
Gritar como me sinto agora
Com todos esses eventos
que me levarão
a não dar a mínima
nos seus momentos dor
Esses borrões de seus rabiscos
Os livros e fotos
Tenho que lhes dizer
Novamente reescrevo
para uma pessoa querida
Mas seus olhos não lêem
A comodidade da situação
Cúmplices
Muito legais
O tempo terá sua vez
Estou aqui esperando
O sol raiar
Ouvir suas desculpas
Sempre tão iguais
Mas não quero ficar
declamando esse tempo
Triste
Prefiro olhar para o futuro
Longos textos fulos
Da pessoa que me tornarei
Mas quantos não mudariam
quando soubessem do que sei?
Sozinhos nos momentos de companhia
Quanta ironia
Aleivosia
Eu não tenho coragem
Mas pode acreditar
Existem os que têm
Nem falo dos estranhos
Esses nem conto
São aqueles mais próximos
Com quem me desencanto
Politicamente corretos
Quanto esforço você fizera
A depender de quantas pessoas
se carregará nossa amizade
que pelas beiradas
estertora?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Volátil Estima


Cartas de adoração
Amizades voláteis
Promessas
Fui
Encontro
Ninguém
O lado escuro
Parcelei
a atenção
Prestações de serviços
Interesses póstumos
Ocultar os segredos
Íntimos
Joguei o jogo
Perdi a aposta
Bloqueio aberto
Segure
Caminhe
Arraste
Singelos medos
Tudo muda
Estratégias frágeis
Esqueci que era uma guerra
Bombas de emoção
Excluído do combate
Troquei de uniforme
Você veste roxo
Ele canta ao seu ouvido
Cantada perigosa
Harmonia
Traição
Palavra forte
Retribuir
Apreço
Avaliei
Carisma
Amigos em acordo
Com data de validade
Temos que repasteurizar
Tudo que vivemos
Não olhos nos seus olhos
Isso lhe diz alguma coisa?
Espero que não
Sei que sim
Não finja que aconteceu
Voei
Você não viu
Paredes
Belo encontro
Ao livre
Só por mim
Fugaz estima
De folhas rasgadas
A revelia do encontro
Você não diz mais nada

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Temos Coragem

Pode dizer que este é o fim da jornada
Talvez não precisássemos mais
Chances
Afinal, não fora por interesses?
Foi?
Não peço explicação
Pode seguir
Humor de “dono do mundo”
Mediador das terras
Balança do ridículo
Ridicularium
Espelho do desprezo
Opaca superioridade
Você faz questão
Eu sei que isso é importante
Projeções de si próprio
nas palavras e gestos alheios
Você realmente não ajudou ninguém!
Quanta caridade numa conversa
Quais são os critérios de sua escolha?
Você se acha melhor?
Como você é boçal
Como você conseguiu?
De fato, muita perspicácia
Audacioso, não?
Recolho meus exageros
Minha aparição

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Você. Precisa. Preciso. Saber.

Querer
Descobrir
Qual é o jogo
Quem vencerá?
E temos que competir?
Postura impostora
Carência de atenção
Quais motivos você arrola?
Por que sem atenção?
Fuga
Todos os instantes
Diluindo
O ouro negro
Embranquece
Homem adulto
Criança, o tempo passa
mas não envelhece
Último ano
Pano para as mangas
Lágrimas estúpidas
Quando se espera compreensão
Arranhei os dedos
Sozinho
Excluído
Para que falar?
Os passos comprimidos
Pequenos
Cortiços
Cortados
Ninguém me apagou
Aquele se foi
Está indo
Como vai longe
Você
Precisa
Preciso
Saber
Para que fazer isso?
Aonde vamos?
Confidentes desconfiados
Azedo
Ratos
O que deveríamos pensar?
O que você pensou?
O que você falou?
Atitudes
Simbólicas
Marquei
Matou
Meus ouvidos são os seus
Ouvi o que você discursou
Respondi a toda minha magoa
a toda minha dor

terça-feira, 12 de maio de 2009

Delírio



Sensação de um objeto
Utilizado
Logo descartado
Muito cansado para o caminho de volta
As mesmas palavras
para aquilo que é diferente
Quando se pensa pela primeira vez no descarte
Música cantada
Canto da decepção
Quando se pensa pela primeira vez na própria morte
Estado psicológico
A complexidade de entender
A genealogia da existência
Delírio de ponta a cabeça
que não me deixa pensar
Alguém está me apagando
Todos estão esquecendo
E continuo tentando dizer melhor que ninguém
os melhores dizeres que se podem ouvir
Não há platéia
O público vaiou
Solidão
Compaixão
A peça que mal começou,
acabou

domingo, 10 de maio de 2009

Reinício


Parem de declamar
Esses discursos sem fim
Martelo a ecoar
Não desisto
Vocês que partiram
Vergonhosamente me levanto
Tento ir para o fundo
Silencioso
Calmo
Sem gosto
A revelia
Ao som do piano
Com coragem
e medo
Desmancho
Chuto
Borrei a bote quebrado
Desenhei
Rasguei nosso retrato

domingo, 3 de maio de 2009

Dever(ia)


Apagando
Desabrochei
Respirando fundo
Foram-se aqueles dias
Insisto
Volte
Caminho
Corro
Grito
O violão não soa
Não quero mais
Arte de sofrer
Religiosos
Fanáticos
Encontrem
meu caso
tropeçando
trepidando
aos pedaços
Costura feita
Rompeu-se uma brecha
Você se foi
O que falar?
Sangro
Olhos de nada
Cegueira de ver
Boca que fala
não diz
quase nada
Suas desculpas
Acreditei
Duvido
Encontrar
Esqueci
De lembrar
O que eu deveria esquecer