Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Último Homem que Partiu




Ensinando a ser alguém
As facadas vêm devagarzinho
Rasgando as roupas
Rompendo a pele
Epiderme
Lesionando os músculos
Friccionou os ossos
Tocou na medula
Poluiu a essência
Agora ele tem que se jogar nas palavras
Seguiu viagem
O rio foi para o céu
Existem cacos de vidro
É hora da ronda policial
Ele esqueceu a camiseta
Queimou a assinatura
Os chinelos estão gastos
Ele voltou para minha casa
Partiu por que buzinaram
Não existem sombras nas cidades
A ponta do lápis quebrou
Tirou um passaporte para navegar
As velas estão queimando
Os cabelos ficaram grisalhos
Ele arrancou sua órbita ocular
Isso é uma aventura perfeita
O prefeito o repreendeu
Houve sucesso no carnaval
Já existem montanhas no mar
Fotografias são ficções
A vida,
desconhecido de ilusões
Projeções de grandes projetos
Arcaicos medievais
Ele viajou para Europa
E acredita agora
que a todos pode superar
O último homem que partiu
Uma viagem sem fim
Sem caminho de volta

2 comentários:

Nyke disse...

É triste pensar que às vezes nós temos vontade de ser esse homem que segue uma viagem sem volta, sem caminho - apenas fim.

Montarroyos disse...

É sim. É sim.