Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Menina da Chapelaria


Outros que já pensaram o que eu queria dizer
Gritos e gritos
Eu grito
Irrito
Azucrino
Insisto
E o prazer?
Sentimento sofrido
Lembro daquele encontro
Desencontro achado
em baús perdidos
E agora me afogo em químicas
de sonhos radiantes
O chapéu que pus na cabeça
Sob estonteantes olhares
de abas trocadas
de par em par
Pulos de brincadeira
A pobre menina
Indecisa
Alheia
Escondendo-se no invisível
O assombro que se construiu
Com medo do reflexo do espelho
Sofrendo por quem partiu
A garota droga
a droga da vida
que a intima a ser
o que no fundo do peito nega existir
O pouco que se conhece
Decidiu especular
Os perigos da ida
da uma aventura infantil
Na chapelaria
se reconfigura
Esconde os cabelos
Remodela o rosto
Conhece curiosos
Falantes de cotovelo
Menino de muitos encontros
Trocas de telefone
A menina na chapelaria
Nada comum
para um dia de sexta-feira
Seguir a estrada que nunca termina
da vida arrastada
que em largos passos declina
De um estranho sonhador
Imaginário perigo
A criança sem dor
Encontro com despedida
“Toquei na sua mão,
esperarei aflita”

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