Toco em preto e branco
Esclarecendo para encobrir
Arregaço as mangas
Sinto um frio insuportável
Corro em direção ao sol
Dinamito as mãos
Menosprezo quem sou
Dou as costas para a luz
Tropeço em escolhas
Olhos vedados pelo orgulho
Olhos vedados pelo orgulho
Pulso que pulsa repúdio
A rotina intocável
O desejo alienado
Minha tranquila cólera
O mundo de intervenção
O vai-e-vem indignado
Meio passo adiante
Meu "eu" psiquiatra
Alienista de meus sonhos
Rejeição de "eus" que colidem
por um instante
por meus instantes
O fluxo pisado e moído,
Você, do outro lado,
também me angustia
Fecho portões com cicatrizes
E finjo, do meu quarto,
que todos têm um cruz
em que se crucificam um pouco por dia
Um comentário:
Todos tem uma cruz em que se crucificam um pouco por dia.
Isso foi belo, camarada!
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