Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não me diga o que restou


Onde foi parar toda construção
de uns poucos momentos atrás?
Não passamos de estranhos
Coisas mortas a se arrastar
Olhares trocados que não se somam
Que não vão mais se multiplicar

Não me diga o que restou
De minha parte, só me chegam lembranças
Fuja para uma toca
Corte o cordão umbilical

Apenas me deixe, comigo
A vontade fugaz, cedeu
Sei agora como você vive
Sei de tudo que me envolveu

Certamente não foi como eu pensava
Talvez nem fosse como você esperava
Mas não importa
Vou dar as costas

Quero me negar,
não vou mais desejar
Você se foi eternamente
Meus olhos não mentem
Meu tato já não mais te sente
Minha cobiça não é patente

Despedidas são sempre amargas
Não vou esconder a minha dor
Aquela que vai, depois volta,
que sempre hesita em se esvair
Só peço que pare e reflita:
você não irá voltar p
ara mim

Um comentário:

Anônimo disse...

O que será isso? Que tristeza te cabe? Será que és mais um "fingidor, que chega a fingir a dor que deveras sentes"?
Senti uma tristeza que vai mais além, mas é tão íntima, tão próxima que talvez nunca saia dali.
Será que me engano?! Será que é mais um plano, daqueles que são para desnortear. Não sei, não sei...
Só você quem saberá.

Abraços.
Gostei muito do que escreves.
(*)