Um poço de lama. Alguns grãos de desejos. Um oásis de esperança. Um deserto de desespero.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Um Discurso a Ser Proclamado: Ora, são os Nossos Jornais!


Se eu falar musicadamente
cada trava de minha língua
termino com um piercing lesionado
pela fala que se aglutina

O entendimento confuso
da religião que se propaga
Tantas bocas falantes,
falantes de quase nada
E eu lendo o jornal que pouco me informa
matando um tempo perdido
que fujo por uma só estrada

Os olhos que observam
são fontes de pouca importância
Seus preconceitos se engarrafam
numa hipocrisia corrupta, confusa

No final chega você
Bancando o bom moço
Amigo dos inimigos,
inimigos a todo custo

Escrevendo poesias de cunho social
Todos declamam, proclamam,
rogam, rezam...
Mas as pessoas ainda são estatísticas
em todos os nossos jornais

Mais uma vez eu me revolto
Defronte ao computador
Escrevendo para eruditos,
Carentes de sabor

A mulher de lábios vermelhos
Passou agora ao meu lado
Todo aquele tesão,
tesão mórbido, gelado

E os salões de beleza se empanturram de baboseiras
TVs, maquiagem, cortes modernos, mutretas
Saídas perfeitas para a responsabilidade social
Afinal, para que lembrar aquilo que vemos todos os dias em nossos jornais?

2 comentários:

Anônimo disse...

Teus poemas de cunho social não ECOAM como os lírico-amorosos, embora haja informações aparentemente relevantes não são profundamente convicentes pela falha argumentativa;Lembre-se de que um escritor não se preocupa com o que se diz, mas sim como se diz!
Abraço Virgílio!

Montarroyos disse...

Não escrevo, caro amigo, para receber o aval daqueles que se julgam críticos literários, como você! Não tenho nenhum compromisso, tão pouco preocupação, se os que me leem julgam ou não apropriada a forma como me posiciono ou me coloco. Eu me preocupo com o que EU QUERO DIZER, e não como devo dizer. Acredito estarem extintos os manuais de escrita literária. Se não gostou parceiro, ponha de uma forma melhor. Essa é a minha forma. Faça bom proveito de suas tentativas de convencer seus leitores. Não quero que pensem como penso ("NÃO SAO PROFUNDAMENTE CONVICENTES PELA FALHA ARGUMENTATIVA"). Acredito que o único preocupado com isso, aqui, é você. Portanto, se poupe de perder seu tempo bancando a do CRÍTICO LITERÁRIO!