Ornamento
Pia vazia
Títulos pedantes
Obras rasantes
Excitante prazer
Quero te levar comigo
Para meu esconderijo
Que é tão escondido
E é onde consigo viver
Sem remorsos de ser
o que não sei fingir
Sem nenhum agrado
Fio desbotado
Polvilho largado
Ladeado de ratos
Com fome de traça
Onde a saliva escorre
pelas beiradas da boca
Corpo da fome
Escopo lamento
Cacofônico momento
de ilhas de prazer
O menino sem teto
Agoniado e sozinho
Contracenou com o destino
diretor uterino
do sábio viver
Perdida a esperança
Voltou para o lar
Maldito acaso
que um “Senhor”
lá do alto
fez questão de ditar